Relato de um viciado online!


Dois anos atrás alguém me perguntasse se eu jogava online, responderia que não. E de fato sempre relutei. Sou gameiro das antigas, reunir vários amigos em casas para jogar ou estar na casa de alguns deles com o mesmo intuito. O sistema sempre era o mesmo, se fosse algum game que era possível jogar de dois, quem morria passava o controle. Caso fosse disputa entre dois quem era derrotado passava o controle para o próximo, e completar a rodinha era o objetivo – a zoeira era intensa para quem perdia. Com o passar dos tempos os games foram ficando cada vez mais complexo e individual. Reunião de amigos para jogar ultimamente ou é jogo de luta ou futebol, e é cada vez mais raros os encontros, viver passou a ser literalmente “correria”. Mas consegui não jogar uma única partida online por 25 anos. Todo esse tempo sem games online fui eclético para todos os estilos de jogos: adventures, lutas, corrida, RPG, FPS, estratégia e plataformas – importava era o jogo ser bom. Meus amigos entraram no modismo do online há décadas, de Counter Strike a Ragnarok. Nossa ideologia de jogar no mesmo cômodo ao menos eles não largaram. A mudança ocorreu na habilidade deles de assimilar vários estilos de jogos facilmente, já que jogavam mais intensamente ou FPS ou MMOs, incrível como o manuseio do joystick ficou complicado para alguns por culpa do mouse!

Quantas vezes eu convidei meus companheiros para uma jogatina e ouvia a mesma desculpa: estou jogando online mais tarde apareço! E quando realmente apareciam era para me convencer que Warcraft online era a melhor coisa do mundo e que seu clã iria dominar o mundo! Aquilo me dava nojo! Quando eu lia alguma matéria sobre algum lançamento e era frisado que o forte do game era o modo online, eu passava longe do game! Nesse período percebi que as produtoras estavam largando o capricho ao modo single e focando tudo para multiplayers. Então ficou fácil perceber porque jogos de antigamente hoje são nostalgia, e não há quem nunca jogou ou jogue, algum game emulado de SNES, Megadrive e Nintendinho.

Após o lançamento de Call of Duty Modern Warfare que para mim foi um marco nos FPS no quesito gráfico, inimigos em tela, explosões e ritmo alucinante. Caí em tentação. Estava fácil demais, terminei o game em todos os níveis de dificuldade e queria mais. Então pela primeira vez na vida joguei online, claro que não contei para ninguém inicialmente. Jogava escondido, era meu segredo, minha namorada perguntava que jogo grande era aquele que eu nunca terminava! Nessa altura já tinha meu clã e minha equipe online, novos “amigos” ao redor do mundo. Skype e MSN logados o tempo todo. Chegava da faculdade ia jogar madrugada a dentro. Final de semana nada de cervejinha no boteco da esquina com os amigos. Até um belo dia que tinha uma festa para ir, e um dos meus amigos que iriam comigo, veio para minha casa. Fui tomar banho, e ele pediu para dar uma olhada na internet, acessou o game e viu que eu estava jogando online. Foi zueira a festa inteira, e tive que assumir que estava viciado! Passaram-se os dois anos e hoje não existe um único game que não jogo online! Até o futebol jogo online. Pergunto-me sempre, porque God Of War 3 não tem modo online? No momento estou viciado em Killzone 3 e Shoogun 2 online. Em dois anos vários novos vícios foram aparecendo e substituídos por outros. Hoje meus amigos estão alucinados e viciados em conquistar troféus, isso me dá nojo, até quando?

  • Digg
  • Del.icio.us
  • StumbleUpon
  • Reddit
  • RSS

0 comentários:

Postar um comentário